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          Marcos 16:15
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Marcos 16:15
Lição da Escola Sabatina
 
Imagens de unidade
VERSO PARA MEMORIZAR: “Assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo” (1Co 12:12).

LEITURAS DA SEMANA: 1Pe 2:9; Êx 19:5, 6; Ef 2:19-22; 1Co 3:16, 17; 12:12-26; Jo 10:1-11; Sl 23

Os que estudam a Bíblia sabem que ela é repleta de imagens e símbolos que apontam para realidades maiores que essas imagens e símbolos. Por exemplo, a essência de todo o sistema sacrifical bíblico é, em certo sentido, um símbolo de uma realidade muito maior: Jesus e o plano da salvação.
Muitas outras imagens são usadas na Bíblia e, às vezes, imagens dos elementos mais básicos, como a água, o fogo e o vento. Dependendo do contexto, essas imagens revelam verdades espirituais e teológicas. Por exemplo, Jesus disse: “O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito” (Jo 3:8). O vento foi usado como símbolo do Espírito Santo.
A Bíblia utiliza uma série de imagens para descrever a unidade que encontramos na igreja – a unidade que Deus nos chama a manifestar diante do mundo. Individualmente, nenhuma imagem é completa. Em vez disso, no seu conjunto, essas imagens revelam muitas coisas sobre a unidade da igreja, como o relacionamento da igreja com Deus, os relacionamentos entre os membros e a relação da igreja com a comunidade.
A lição desta semana examina algumas imagens e o que elas revelam sobre a unidade em Cristo.


Sábado à tarde
Domingo
O povo de Deus

1. Leia 1 Pedro 2:9; Êxodo 19:5, 6; Deuteronômio 4:20 e 7:6. O que esses versos declaram sobre a condição especial do povo de Deus?

A igreja são pessoas, mas não qualquer tipo de pessoas. A igreja é o povo de Deus, os que pertencem a Ele, que O reclamam como seu Pai e Salvador, que foram redimidos por Cristo e que Lhe obedecem. Essa imagem ressalta o conceito de que Deus tem um povo na Terra desde a introdução do plano da salvação, e que existe uma continuidade entre Israel, no Antigo Testamento, e a igreja, no Novo. Desde os dias de Adão, dos patriarcas que viveram antes e após o Dilúvio, e de Abraão, Deus fez uma aliança com Seu povo para que ele representasse Seu amor, misericórdia e justiça para o mundo.
O povo de Deus é chamado de “geração eleita”, “sacerdócio real” e “nação santa”. Esses termos indicam que Seu povo foi separado para um propósito especial: “Anunciar as grandezas Daquele que os chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz” (1Pe 2:9, NVI). Isso também é um eco de uma descrição do caráter gracioso de Deus, representado em Êxodo 34:6, 7. “O Senhor comprou a igreja como Sua propriedade exclusiva a fim de que seus membros reflitam os preciosos atributos do caráter divino e proclamem a misericórdia a todas as pessoas” (Comentário Bíblico Adventista, v. 7, p. 614).

2. Leia Deuteronômio 7:6-8. O que levou Deus a escolher os descendentes de Abraão como Seu povo? Isso é aplicável hoje?

Podemos nos perguntar: Qual país hoje merece o rótulo de “nação santa” (outra imagem da igreja)? Nenhum! As nações e etnias são compostas por pessoas que não merecem o amor nem a graça de Deus. E, embora a Bíblia nos chame a ser um povo santo, ela também ensina que a escolha e o estabelecimento de Israel como povo foram fundamentados em Seu amor, não em nenhum mérito humano. A formação do povo de Deus foi um ato de amorosa criação e, apesar do pecado e da apostasia em escala nacional, Deus manteve Sua promessa a Abraão de que, por meio da semente dele, Cristo, Ele salvaria Seu povo. Assim como a eleição do povo de Deus foi um ato de Sua graça, a salvação também é. Esse tema relembra nossas raízes comuns no imerecido favor de Deus.

A salvação tem como base o que Cristo fez por nós, não o que podemos fazer por nós mesmos, ainda que sejamos “o povo de Deus”. Por que devemos manter diante de nós essa verdade?
Ano Bíblico: Jo 16–18
Ano Bíblico: Jo 14, 15
Segunda-feira
A casa de Deus

Outra imagem do povo do Senhor no Novo Testamento é a “casa” de Deus. É uma metáfora de pedras e edifícios que destacam a natureza complexa e interdependente dos relacionamentos humanos na igreja. Pedro se referiu aos cristãos como “pedras vivas” (1Pe 2:5, NVI). Essa metáfora também inclui uma característica de permanência e solidez.

3. Leia Efésios 2:19-22. Quais ideias importantes Paulo enfatizou nessa passagem? O que essa imagem revela sobre a unidade na igreja?

Paulo reuniu duas imagens da igreja: uma inerte (casa ou edifício) e outra viva (família).
Uma pedra não é muito valiosa por si só, mas unida a outras pedras ela se torna uma estrutura capaz de suportar as tempestades da vida. Nenhum cristão pode ser uma pedra isolada, mas deve estar ligado a outros na comunhão da família de Deus. Para que um edifício seja sólido, ele também deve estar sobre um sólido fundamento. Jesus Cristo é esse fundamento e a “pedra angular” da casa de Deus (veja também 1Co 3:11). A igreja deixaria de existir se não tornasse Cristo a pedra angular de suas atividades. Na verdade, a igreja está relacionada com Jesus Cristo: Sua vida, morte, ressurreição e segunda vinda. A igreja forma uma comunidade de cristãos unidos para compartilhar com o mundo as boas-novas sobre Jesus.
A imagem de uma família também é muito significativa. Ela se baseia nos relacionamentos entre as pessoas. É uma imagem familiar de pai, mãe, irmãos e irmãs. O vínculo entre os membros da família pode ser forte, e a lealdade que o acompanha muitas vezes transcende todos os outros vínculos externos. A lealdade é uma parte importante da unidade, pois como poderia haver unidade sem lealdade?
Como essa imagem se relaciona com a igreja? Os membros da igreja também fazem parte de uma grande família. Estamos ligados uns aos outros não apenas porque pertencemos à família humana por meio do nosso antepassado comum, Adão, mas também porque estamos ligados a Jesus, o segundo Adão, mediante nossa experiência comum do “novo nascimento”. Portanto, nos tornamos unidos não apenas por causa das mesmas verdades doutrinárias que aceitamos, mas também na experiência da conversão, como pessoas que têm uma nova vida em Jesus.

Embora nosso nome, “adventistas do sétimo dia”, ateste a importância da segunda vinda de Jesus, como podemos, em nível pessoal, manter a realidade desse evento diante de nós? Com o passar dos anos, como evitar o erro sobre o qual Jesus advertiu na parábola das dez virgens?
Terça-feira
O santuário do Espírito Santo

Outra imagem de edifício utilizada por Paulo é a do santuário de Deus ou do Espírito Santo. É a imagem de um edifício dispendioso e valioso. Como no versículo de 1 Coríntios 6:19, em que a imagem se refere ao nosso corpo como o santuário do Espírito Santo, Paulo, em 1 Coríntios 3:16, 17, usou essa imagem para se referir ao edifício mais sagrado e precioso do antigo Oriente Próximo – o santuário de Deus.

4. De acordo com 1 Coríntios 3:16, 17, a igreja é o santuário do Espírito Santo. O que isso significa? Do que somos advertidos no verso 17?

Ao se referir à igreja, Paulo não tinha em mente um santuário físico nem uma residência para Deus. No grego do Novo Testamento, há uma distinção entre “você”, no singular, referindo-se a uma pessoa, e “vocês”, no plural, referindo-se a muitas pessoas. Nesse caso, o texto bíblico está no plural. Essa metáfora se refere a uma entidade coletiva: juntos, os cristãos em Corinto formavam o santuário do Espírito Santo e, em um sentido espiritual, Deus habitava entre eles.
Para Paulo, Deus habita na comunhão cristã; daí sua advertência de que aquele que tentasse destruir essa comunhão sofreria as consequências. A unidade dos cristãos está no centro dessa comunhão e da presença de Deus nesse santuário. Embora esse texto seja usado no sentido de cuidar do corpo físico (o que, evidentemente, os cristãos devem fazer), não é esse o argumento específico apresentado por Paulo. Em vez disso, sua mensagem foi uma advertência sobre aqueles que destruíam a unidade da igreja.
No início do capítulo, Paulo se referiu ao que ele considerava “ameaças” à unidade: “Há inveja e divisão entre vocês” (1Co 3:3, NVI). Essas atitudes e comportamentos são ameaças reais à unidade dos cristãos e fazem com que a presença de Deus seja retirada de Seu santuário. Em outras palavras, os conflitos na igreja podem destruir o santuário de Deus. Portanto, Ele deseja que os membros eliminem as atitudes e comportamentos que ameaçam sua unidade.
Quando surgem conflitos, o conselho de Paulo ainda pode ser aplicado: “Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer” (1Co 1:10).

Inveja, conflitos e divisão foram enfrentados pela igreja nos dias de Paulo, mas ocorrem hoje também. Como lidar com esses problemas de maneira que nossa unidade não seja ameaçada?

Ano Bíblico: At 1–3

Quarta-feira
O corpo de Cristo

Talvez a imagem mais conhecida da igreja, e que mais enfatize a unidade das suas partes, seja o corpo. “Assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo [...]. Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo” (1Co 12:12, 27).
Assim como um corpo é uma unidade, composta de muitas partes diferentes, cada uma com sua função e responsabilidade, assim também é a igreja como corpo de Cristo.

5. Leia 1 Coríntios 12:12-26. Como essa imagem de um corpo com muitas partes se aplica à sua congregação? Como ela se aplica a uma organização mundial, como a da Igreja Adventista do Sétimo Dia?

O ensino de Paulo em 1 Coríntios 12 revela a profunda realidade de que a unidade cristã autêntica não ocorre apenas na diversidade, nem a despeito da diversidade, mas por meio dela. Não devemos nos surpreender com o fato de que o Espírito Santo é a fonte dessas expressões de diversidade. Como o corpo humano é incrivelmente unificado e maravilhosamente diverso, assim também deve ser o corpo de Cristo, que por meio dessa diversidade expressa a plenitude e a riqueza de Seu corpo.
Essa imagem fala ao nosso coração. Nas últimas décadas, a Igreja Adventista do Sétimo Dia cresceu a passos largos. Ela é composta por pessoas de quase todas as origens, culturas e ambientes que podemos imaginar. Não devemos permitir que nossas diferenças étnicas, culturais, educacionais e de idade nos dividam. Essa diversidade deve ser moldada pelo Espírito Santo como uma força em favor da unidade, revelando a verdade de que, apesar dessas diferenças, somos todos um em Cristo.
Como vimos, ao pé da cruz somos todos iguais, independentemente de quem somos ou de onde viemos. À medida que o mundo se torna cada vez mais fragmentado, a igreja deve demonstrar que a unidade na diversidade pode ser alcançada. O povo de Deus pode revelar o poder de cura e reconciliação do evangelho.
Surpreendentemente, Paulo mostrou como esse ideal pode ser alcançado. “Cristo é o cabeça da igreja, sendo Este mesmo o salvador do corpo” (Ef 5:23). “Ele é a cabeça do corpo, da igreja” (Cl 1:18). Como cada cristão é espiritualmente ligado a Cristo, o corpo inteiro é, portanto, nutrido com o mesmo alimento. Por isso, não podemos enfatizar demasiadamente a importância do estudo da Palavra de Deus, a obediência ao que aprendemos nela e as experiências comuns de adoração e oração pela unidade no corpo de Cristo.

O sábado fez você experimentar a unidade e a comunhão que Cristo deseja para Seu povo?
Ano Bíblico: At 4–6
Quinta-feira
Ovelhas e pastor

6. Leia João 10:1-11. Quais aspectos dessa metáfora da igreja como um aprisco falam de unidade? Veja também o Salmo 23.

No mundo moderno das grandes cidades é muito raro ver a criação de animais de qualquer espécie. A maioria das pessoas hoje tem pouco conhecimento sobre a relação entre ovelhas e pastores. No entanto, quando Jesus contou essa parábola, as pessoas O entenderam muito bem. Ele disse: “Eu Sou o bom Pastor”. Quando eles ouviram Suas palavras, imediatamente reconheceram Sua referência ao Salmo 23:1: “O Senhor é o meu pastor”. A imagem não foi apenas clara, mas também estava repleta de valor emocional, o que a tornou vívida. Na cultura do antigo Oriente Próximo, e ainda hoje no Oriente Médio, os pastores são conhecidos por se dedicarem ao cuidado das ovelhas, independentemente dos desafios e ameaças. A figura do pastor tornou-se uma das imagens mais preciosas usadas na Bíblia para descrever o caráter de Deus e a relação Dele com Seu povo.
A imagem do povo de Deus como ovelha é interessante. Muitas vezes temos a impressão de que as ovelhas têm natureza inofensiva e indefesa. Portanto, elas dependem do cuidado e direção de um bom pastor. Elas são, francamente, vistas como ingênuas. Inadvertidamente, às vezes se perdem, e o pastor as busca e as traz de volta ao aprisco. As ovelhas jovens geralmente precisam ser carregadas e exigem cuidados extras. É necessário ter paciência e compreensão para cuidar de ovelhas. Em muitos aspectos, essa é uma imagem perfeita para representar a igreja. O membro da igreja não tem nada a temer, mas tudo a ganhar em um relacionamento com o Pastor.
Nessa parábola, Jesus também enfatizou a importância de a ovelha ouvir a voz do pastor. É possível proteger alguns rebanhos colocando-os no mesmo recinto ou aprisco, quando necessário. Mas como separá-las depois? O pastor precisa apenas ficar na porta do aprisco e chamá-las. Suas ovelhas reconhecerão sua voz e virão até ele. “Depois de fazer sair todas as que lhe pertencem, vai adiante delas, e elas o seguem, porque lhe reconhecem a voz” (Jo 10:4). Ouvir a voz do Pastor é crucial para a igreja. Na verdade, a unidade e a segurança do povo de Deus dependem de sua proximidade do Senhor e estão relacionadas diretamente à submissa obediência à Sua voz.

Geralmente as pessoas não gostam de ser descritas como ovelhas. No entanto, por que essa metáfora é apropriada? O que essa imagem deve revelar sobre nossa necessidade do Pastor e de obedecer à Sua voz?
Ano Bíblico: At 7–9
Sexta-feira
Estudo adicional

Leia, de Ellen G. White, “O Divino Pastor”, p. 476-484, em O Desejado de Todas as Nações; e “A Igreja na Terra”, p. 240-243, em Conselhos Para a Igreja.
“No contexto do santuário em Jerusalém e das estruturas greco-­romanas presentes em toda parte, os autores do Novo Testamento usaram a metáfora do santuário para que os cristãos visualizassem a santidade da igreja, o papel de Deus em sua fundação e crescimento, a natureza definidora da obra de Cristo e do Espírito, e a solidariedade entre os cristãos. A arquitetura parece sugerir uma imagem estática. Porém, a metáfora é usada com imagens biológicas, e o processo de construção é acentuado. Em lugar da imagem estática, ‘somos encorajados a ver o processo de construção, não o edifício concluído’. A igreja recebeu o maravilhoso privilégio de reconhecer humildemente em sua vida e história ‘o santuário do Deus vivo’” (2Co 6:16; John McVay, Biblical Metaphors for the Church: Building Blocks for Ecclesiology, em Ángel Manuel Rodríguez, ed., Message, Mission and Unity of the Church. Hagerstown, MD.: Review e Herald, 2013, p. 52).

Perguntas para discussão
1. Reflita sobre as imagens bíblicas da igreja. De qual você gosta mais? Por quê? Há outras metáforas da igreja (1Tm 3:15; 2Tm 2:3-5; 1Pe 2:9).
2. “Deus quer que Seu povo seja unido pelos laços mais íntimos da fraternidade cristã. A confiança em nossos irmãos é essencial para a prosperidade da igreja. Unidade de ação é importante numa crise religiosa. Um passo imprudente, uma ação descuidada, pode lançar a igreja em dificuldades e provas das quais pode não se recuperar em anos” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 3, p. 446). Por que devemos proteger a unidade da igreja? Qual é a função de cada um de nós nessa sagrada responsabilidade?
3. Crer na salvação em Cristo nos torna “Seu povo”. Você concorda?

Resumo:
O Novo Testamento apresenta diferentes metáforas para ilustrar a natureza e a missão da igreja. Essas metáforas ensinam que Deus cuida atentamente de Seu povo e o protege. Essas imagens também ensinam que o povo de Deus está intrinsecamente ligado e que precisamos uns dos outros para realizar a obra à qual fomos chamados.
Ano Bíblico: 1Co 8–10
Ano Bíblico: Rm 11–13